segunda-feira, 23 de setembro de 2013

BIC faz da simplicidade e praticidade a essência de seus produtos

Quem não conhece a caneta BIC? O produto foi criado pelo barão Marcel Bich na França, na década de 1940, e representou uma revolução na época ao possibilitar que as pessoas substituíssem a caneta tinteiro por outra que não sujasse as mãos e não precisasse ser recarregada. Desde o início, a essência da empresa é tornar itens relevantes do dia a dia em ferramentas acessíveis a todo mundo, a toda hora e em qualquer lugar, propósito que se mantém até hoje.
Após a Segunda Guerra Mundial, a caneta começou a ser comercializada nos Estados Unidos. Em seguida, foi a vez do Brasil, porque, na visão empreendedora de Bich, o “país do futuro” tinha situação geopolítica e recursos naturais para dar início a sua atuação na América Latina. Nos anos de 1970, o barão revolucionou mais uma vez dois produtos do cotidiano. Primeiro, criou uma célula de energia portátil prática e segura, o isqueiro. Na época, existiam apenas unidades metalizadas que precisavam ser recarregadas periodicamente.  Depois, inventou o barbeador descartável e a troca das lâminas deixou de ser necessária.
Hoje a multinacional está presente em 160 países e o Brasil é sua segunda maior operação no mundo, abastecendo o mercado nacional e sul-americano, além de exportar para a América Central, América do Norte e Europa. A primeira fábrica aberta no país foi em São Paulo, tendo sido transferida para o Amazonas em 1973. Ao todo, são três unidades fabris: a de Manaus, única do Grupo BIC a produzir papelaria, isqueiros e barbeadores; a do Rio de Janeiro, fábrica da empresa de etiquetas Pimaco comprada em 2006; e a de Cajamar, em São Paulo, fábrica da divisão do Grupo voltada para o mercado de soluções promocionais B2B, a BIC Graphic.
Família grande
A marca BIC vem desenvolvendo uma gama de produtos com base em seus quatro pilares: papelaria (escrita, corretivo, marcador, colorir e desenhar e outros); acendedores (isqueiro e acendedor multiuso); barbeadores para cuidados masculinos e femininos; e pilhas. “Tudo isso saiu de um DNA claro da empresa de sempre procurar melhorar a vida das pessoas. E fazer isso de uma maneira acessível, porque não adianta fazer um produto que custa caro. Ele tem que ter um preço bom e ser bem distribuído”, conta Emerson Cação, Diretor de Marketing da BIC Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A caneta BIC Cristal, que parece tão simples hoje, significou uma revolução quando foi criada ao possibilitar o acesso à escrita a muitas pessoas. Ao longo das décadas, ela tem sido aperfeiçoada e a tampa ventilada é uma dessas modificações. Importantes museus de arte moderna expõem exemplares dela em suas coleções. No mundo, são vendidas em média 57 unidades por segundo. E a família das canetas esferográficas continua crescendo com peças que buscam valorizar o conforto, o design, o aroma ou a variedade de cores. A linha completa inclui unidades de ponta fina ou grossa, tinta em gel e exemplares em miniatura. Para a Copa do Mundo da Fifa 2004, a empresa prepara uma edição limitada nas cores verde e amarela da BIC Collection Cristal 1.0mm.
Regional em todos os países
A BIC acaba sendo percebida como uma marca regional por consumidores dos diferentes países em que atua pelo fato das suas campanhas de comunicação serem locais. “A BIC é uma multinacional, mas você não verá aquela comunicação ‘torcida’ ou que não se encaixa. Isso é um desafio, mas a marca já nasceu assim e permanecerá assim”, afirma Emerson Cação. Para atender à demanda dos brasileiros, a companhia lançou em agosto o barbeador recarregável com quatro lâminas independentes e flexíveis, o BIC Flex 4. A previsão é que o produto comece a ser produzido no país em 2015.  “Os consumidores e clientes nos demandavam o barbeador recarregável. O mercado está maduro, estável, é grande e tem potencial”, destaca.
O nome BIC é uma abreviação do sobrenome do fundador da marca para que ela pudesse ser entendida e pronunciada em diferentes países. Mas a sua regionalidade tem tanta força no imaginário nacional que muitas pessoas pensam que a sigla quer dizer Brasil Indústria de Canetas ou Barbeadores, Isqueiros e Canetas. Para continuar fazendo parte da vida dos brasileiros, a empresa utiliza as mídias sociais com foco no relacionamento. “Não consideremos a plataforma como um pilar de crescimento dos negócios, mas não há jeito. Ou você está nas mídias sociais por sua conta ou por conta dos outros. O brasileiro habita as redes e demanda nossa presença e interação”, comenta.
Colorir e desenhar
No Brasil, a empresa aposta no ramo colorir e desenhar. Em dois anos, a presença da marca no setor de canetas de feltro, lápis de cor e giz de cera quadruplicou, passando de 4% para 17%. O lápis de cor feito de resina é mais barato do que os produtos de madeira, quebram menos e são mais fáceis de apontar. “As professoras falam para nós que as crianças vão gastar menos tempo apontando o lápis. E digo que menos tempo gasto para apontar é mais tempo disponível para estudo e brincadeira”, avalia Emerson Cação.
A marca também inova na composição do giz de cera ao misturá-lo com cera e plástico. “De novo, estamos revolucionando algo simples. O giz tradicional é mais barato, mas suja as mãos, quebra quando cai no chão e você acaba tendo que comprá-los várias vezes no ano. O nosso não suja, não quebra e dura muito mais. Estamos revolucionando o mercado de colorir e o caminho será a liderança do mercado em pouco tempo”, prevê.